quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Livro - Ivete Sangalo fala sobre rumores de homossexualidade

Em entrevista a jornal, autor da obra conta que isso nunca foi uma questão para a cantora

Ivete Sangalo falou sobre os rumores de que seria homossexual em seu novo livro, Pura Paixão, que chega às livrarias em novembro.

Em entrevista ao jornal Extra, desta terça-feira (26), o autor Jorge Velloso revelou que ela falou sobre o tema sem qualquer intenção de ser polêmica.

— Em algum momento das entrevistas, ela falou sobre o assunto. O engraçado é que isso nunca foi uma questão. Ivete até brincou que assumir um relacionamento homossexual para um baiano não é exatamente algo difícil.

O autor ainda fala que Ivete não quis explorar os amores do passado.


— O fato de hoje ela estar bem casada e ter formado sua própria família faz com que esse assunto não lhe pareça tão relevante.

J.K. Rowling prepara conto sobre vilã de ‘Harry Potter’

Em comemoração ao dia das bruxas nos Estados Unidos, a autora vai publicar uma nova história sobre a personagem Dolores Umbridge, interpretada por Imelda Staunton no cinema


Mais uma vez, a escritora britânica J.K. Rowling surpreendeu os fãs da saga Harry Potter. Ela anunciou nesta sexta-feira que vai publicar um conto inédito sobre a vilã Dolores Umbridge, no dia 31 de outubro, dia das bruxas, nos Estados Unidos. "O conteúdo terá novidades sobre a vida de Dolores Umbridge, com detalhes exclusivos, além de revelar os pensamentos em primeira pessoa de J.K. Rowling sobre o caráter do personagem", diz uma breve descrição no site Pottermore, página da internet em que os fãs podem interagir com o universo de Harry Potter juntamente com a autora.

Dolores apareceu pela primeira vez no livro Harry Potter e a Ordem da Fênix, o quinto da série. Ela foi subsecretária do Ministério da Magia e, posteriormente, se tornou diretora de Hogwarts por algum tempo. "Dolores Umbridge não é um personagem comum de Harry Potter. Ela é a única pessoa, depois de Lord Voldemort, que deixou uma cicatriz física e permanente em Harry", diz texto publicado no site Pottermore.
No cinema, Dolores Umbridge foi interpretada pela atriz Imelda Staunton (de O Segredo de Vera Drake).

Em agosto, depois de voltar a retratar o bruxinho e seus melhores amigos, Rony e Hermione, já adultos em um conto publicado em julho no seu site Pottermore, a autora decidiu dar uma chance a uma personagem que apareceu pouco em sua série de livros. Em novo texto, também divulgado no Pottermore, a bruxa cantora Celestina Warbeck, citada algumas vezes nos livros de Harry Potter, terá sua própria biografia.


segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Livro de ficção científica mistura romance e game de realidade aumentada


O enigma é confuso, mas em resumo funciona assim: o primeiro a desvendá-lo fica milionário. Dinheiro a ser recebido, diga-se, em moedas de ouro. Se não acredita, é só dar um pulo em Las Vegas: as moedas douradas, no valor de US$ 500 mil (pouco mais de R$ 1,2 milhões), reluzem no hall do hotel e cassino Caesars Palace para quem quiser ver. Elas são o prêmio a quem vencer a aventura literária e tecnológica proposta pelo livro “Endgame — O chamado”, de James Frey e Nils Johson-Shelton, que chega agora ao Brasil (pela editora Intrínseca), duas semanas após seu lançamento nos Estados Unidos.

A obra, primeira de uma trilogia que já teve seus direitos vendidos para o cinema e a TV, propõe um quebra-cabeça. Quem resolvê-lo leva uma chave que abre o cofre com a grana. Para fazê-lo, é preciso acessar links ao longo do romance que levam a lugares estranhos da internet: sites misteriosos, teorias da conspiração, material sobre civilizações antigas e vídeos narrados por vozes cavernosas. Pensada para um público internacional, brasileiros também podem entrar na disputa. Só vale lembrar que os links levam a páginas em inglês.

A corrida pelo ouro é promovida pelos autores americanos — a editora brasileira frisa que é responsável apenas pelo lançamento do livro, e não pelo jogo, que conta com a parceria do Google. A Niantic Labs, start-up que pertence ao gigante do Vale do Silício, desenvolveu um game de realidade aumentada para celular, cuja versão teste deve estar disponível em até seis semanas. O jogo segue o modelo do Ingress, desenvolvido pela mesma empresa, no qual a localização real do jogador é um espaço a ser conquistado no mundo virtual. Assim, marmanjos ocupam as ruas para conquistar “portais” na Cinelândia, na Baía de Guanabara, em Paquetá.

Fonte: O Globo (matéria completa aqui)

Batman clássico e Drácula da Marvel vêm aí!


Para o próximo Dia das Bruxas/Dia do Saci, a Panini programou um especial da Marvel sobre o maior dos vampiros. Já pela DC, a editora anunciou para os próximos meses a volta do Batman de 1960.

A edição especial Coleção Marvel Terror: A Tumba do Drácula (com Gerry Conway, Archie Goodwin e Gardner Fox nos roteiros e Gene Colan nas ilustrações) chega até o Dia das Bruxas/Dia do Saci para as regiões Sul e Sudeste.


Com 164 páginas de papel off-set, o encadernado reúne as 6 primeiras edições coloridas de The Tomb of Dracula e 2 outras histórias em P&B, Dracula Lives, mostrando o retorno do mestre vampiresco ao nosso mundo e a formação de uma equipe caça-vampiros liderada por uma parenta do célebre Van Helsing.

Já pela DC Comics, como o editor sênior da Panini, Levi Trindade, havia prometido no final do ano passado, sai no Brasil a coleção Batman ’66. Trata-se da curiosa adaptação para os quadrinhos do clássico seriado de TV da década de 1960, estrelado por Adam West e Burt Ward.

 Com roteiros de Jeff Parker e desenhos de Jonathan Case, o especial deve ter formato 17 cm X 26 cm, 132 páginas em papel couché e capa dura. O encadernado ainda não tem data definida para publicação, mas deve chegar até o final do ano.

O Cavaleiro das Trevas ainda deve ganhar os especiais A Corte de Corujas, com as primeiras histórias do herói na nova fase da DC, Os Novos 52, e também um sombrio especial de Natal, Batman: Noel, revolvendo o passado nebuloso de Bruce Wayne.

Fonte: Saraiva


sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Com novos aplicativos, audiolivro tenta se reinventar no Brasil


No início, eles eram vistos como opção para deficientes visuais. Depois, como solução para quem queria ler no trânsito. Hoje, desconectados de mídias físicas como o CD, os audiolivros tentam uma nova chance no mercado brasileiro, esperançosos com as bem-sucedidas experiências do exterior.

Dois aplicativos tentam, agora, ganhar o leitor brasileiro. O primeiro é o Ubook, lançado há algumas semanas. O segundo é o Tocalivros, que se prepara para iniciar suas operações no fim do mês. Com modelos de negócios distintos, o objetivo dos dois é o mesmo: oferecer livros em áudio para quem reclama da falta de tempo. A ideia é “ler” simultaneamente a outras atividades.

O Tocalivros aposta em um modelo de negócios mais tradicional: editora e autor são remunerados pela venda de cada livro, cujo preço fica entre o da edição física e o do e-book. Já o Ubook aposta em um modelo que ainda não decolou no Brasil: o de assinaturas. Nele, o cliente paga um valor mensal (R$ 18,90, por cartão, e R$ 4,99, se for via operadora de telefonia) e escuta o que quiser. No mercado de e-books, as editoras brasileiras nunca quiseram embarcar nesse modelo, por falta de solução para remunerar a si mesmas e a seus autores. Sem falar do medo de terem suas vendas físicas engolidas por serviços como esses.


Fonte: O Globo (leia a matéria completa aqui)

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Tom Hanks estreia como escritor com conto na ‘New Yorker’

Em ‘Alan Bean Plus Four’, ator fez homenagem ao astronauta Alan Bean, que esteve presente na missão Apollo 12 na Lua, em 1969


Tom Hanks, ganhador de dois prêmios Oscar pela atuação nos filmes Forrest Gump, o Contador de Histórias (1994) e Filadélfia (1993), decidiu se arriscar no universo da literatura. O ator terá seu primeiro conto, intitulado Alan Bean Plus Four, publicado na revista americanaNew Yorker, na edição que chega às bancas dia 27 de outubro. O texto narra a viagem de quatro amigos à Lua em uma nave espacial caseira chamada Alan Bean, homenagem ao astronauta americano.

Em entrevista à New Yorker, Hanks enfatizou o tributo a Alan Bean, que esteve na Lua em 1969 com a missão Apollo 12. “Alan é, provavelmente, o único exemplo de uma pessoa que realmente mudou por uma viagem à Lua. Para a Nasa, ele é uma lenda, e o que ele fez merece mais atenção, mais alarde”, concluiu. Hanks interpretou Jim Lovell, o comandante da missão Apollo 13, de 1970, no longa Apollo 13 - Do Desastre ao Triunfo (1995).

Além de elementos de ficção científica, o conto tem várias referências à tecnologia. Em um trecho, um viajante usa seu iPad para assistir ao seriado Breaking Bad — ganhador de cinco prêmios na última edição do Emmy. O narrador também comenta que seus colegas tiramselfies com o Planeta Terra ao fundo das imagens.


segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Blog Literatura Entre Amigos - Entrevista com a autor Max Moreno

O blog Literatura entre Amigos (Roberta Kelly) entrevistou o autor Max Moreno. Saiba mais sobre o autor do livro A Outra Sombra.



L.A .: Como você deseja que as pessoas sejam tocadas por esta história? Qual mensagem pretende transmitir?

M.M.: Esta é uma pergunta que eu tenho ouvido com certa freqüência (...)



Confira a entrevista completa aqui.

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

‘Um Cântico para Leibowitz’ ganha nova edição brasileira


O escritor norte-americano Walter M. Miller Jr. (1923-1966) tem seu nome na lista de principais autores de ficção científica. De sua vasta bibliografia, apenas o livro Um Cântico para Leibowitz foi publicado em vida. Agora, a obra ganha uma nova edição brasileira, com extras que ajudam o leitor a compreender melhor o universo criado por Miller.

Lançado em 1959, Um Cântico para Leibowitz venceu o Prêmio Hugo como melhor romance em 1961 e é um dos livros mais traduzidos do gênero. No Brasil, a última edição do título datava de 1980.

O relançamento da obra, este mês, pela editora Aleph, traz extras como um glossário cultural e uma lista de termos e expressões em latim não traduzidos pelo autor.

Comparada a livros como 1984, de George Orwell, e Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley, a história criada por Miller tem como contexto a era pós-nuclear. 600 anos depois de uma catástrofe que quase aniquilou a Terra, um jovem noviço encontra-se com um velho peregrino sem saber que guardam um frágil elo com o século 20.

Um Cântico para Leibowitz surgiu de três contos do autor publicados na revista The Magazine of Fantasy and Science Fiction, em 1955, 1956 e 1957. Os textos foram posteriormente reunidos para formar as três partes em que o livro se divide. O romance está entre as dez melhores obras pós-apocalípticas eleitas pela revista Time.


Fonte: Saraiva (Andréia Martins)

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Livro promete prêmio de US$ 500 000 para quem desvendar mistério


O escritor americano James Frey achou uma forma e tanto de vender seu novo livro, Endgame: O Chamado, que ele define como "um romance do século XXI". Em parceria com a sua editora, a Harper Collins, o Google e a 20th Century Fox, Frey oferece um prêmio de nada menos que meio milhão de dólares para o primeiro leitor que resolver o mistério contido na história. 

"Não tenho vergonha de dizer que espero vender milhões de cópias com este livro e que ele tem uma vocação comercial. Isso não significa que eu seja um cínico que escreve pensando em uma ideia milionária. Simplesmente tentei oferecer ao leitor a coisa mais legal que veio à minha cabeça", diz o autor, que está lançando o livro em 30 países, nesta semana. No Brasil, o romance sai pela Intrínseca.


Um filme, um jogo de videogame e um serviço de geolocalização que permitirá ao leitor seguir a aventura na vida real, além de 50 contas em redes sociais relacionadas ao projeto, são parte da estratégia de lançamento e difusão de Endgame, que será uma trilogia. O Chamado é só o primeiro dos três volumes. O recurso anunciado agora, de espalhar pistas pelas páginas para um leitor encontrar os 500 000 dólares prometidos, talvez seja o ponto mais controverso de todo o projeto, já que pode ser interpretado como uma ação desesperada por atrair compradores para o romance.

"O dinheiro é meu. Poderia ter colocado em um fundo de investimentos, tê-lo guardado para os estudos dos meus filhos", defendeu-se o autor, que compartilha os créditos da obra com Nils Johnson-Shelton, pois o projeto, além de um ano de desenvolvimento literário, consumiu outros 12 meses na procura de empresas associadas e 18 para a elaboração e coordenação de todas as plataformas. 

"Não me importa os motivos que levarão as pessoas a ler meu livro, desde que o leiam e desfrutem da história", disse Frey, que garantiu que o mistério presente na obra é "incrivelmente difícil" de ser solucionado. Apesar de toda a parafernália que cerca o Endgame, Frey considera que, na realidade, não passa de uma história com personagens que prendem o leitor, que o "fazem sofrer, se assustar, emocionar". "Este projeto foi o mais arriscado, frenético e aventureiro que já fiz", concluiu. 

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Série ‘Magisterium’, parceria de Cassandra Clare e Holly Black, chega ao Brasil


Acabou a espera dos fãs brasileiros de Cassandra Clare (Os Instrumentos Mortais) e Holly Black (As Crônicas de Spiderwick) para conferir o resultado da primeira parceria das autoras.

Desafio de Ferro¸ primeiro volume da série Magisterium, escrita pelas duas, já está á venda no Brasil.

Foram dois anos de espera desde o anúncio da publicação por aqui, que sai pelo selo #irado, da editora Novo Conceito. A história gira em torno do jovem Callum, que vive em um mundo onde crianças são treinadas nas artes da magia para se tornarem guerreiras na academia Magisterium, e ele acabará se inclinando para o lado das trevas.

Em entrevistas, Clare admitiu ter ficado com receio de escrever algo para o público infantojuvenil, já que só tinha escrito para adolescentes mais velhos. “Trabalhar com a Holly ajudou, porque ela é especialista em infantojuvenis”, disse a autora.

A coleção tem cinco volumes – o final, segundo as autoras, será lançado apenas em 2018 – e já teve os direitos de adaptação para o cinema adquiridos.

Fonte: Saraiva

Confira o Book Trailer

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Evandro Affonso Ferreira fecha sua 'trilogia do desespero' com lirismo e humor


No café da Livraria Cultura do Conjunto Nacional, em São Paulo, onde invariavelmente passa as tardes escrevendo e conversando com amigos, Evandro Affonso Ferreira descreve-se como “um autor de 47 leitores”. A autodefinição do escritor mineiro de 69 anos é contrariada pela tiragem e vendagem de seus livros, acima da média para autores brasileiros contemporâneos. A primeira edição de seu novo romance, “Os piores dias de minha vida foram todos”, obra que encerra a sua “trilogia do desespero”, acaba de ser lançada pela Record com uma tiragem de 5 mil exemplares, num momento em que a tiragem inicial média de livros de literatura brasileira contemporânea é de 3 mil exemplares.

Outro indício de que o escritor radicado em São Paulo há 61 anos tem mais do que 47 leitores é seu novo contrato com a Record, que prevê o relançamento em volume único, com fortuna crítica, de seus primeiros livros — “Araã!” (2002), “Erefuê” (2004), “Zaratempô!” (2005) e “Catrâmbias!”(2006) — no segundo semestre de 2015, além da publicação de um romance inédito em 2016.

Premiado em 2011 pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) por “Minha mãe se matou sem dizer adeus”, primeiro livro da “trilogia do desespero”, e vencedor do Jabuti de melhor romance em 2011 com “O mendigo que sabia de cor os adágios de Erasmo de Rotterdam”, o segundo da trilogia, Evandro prefere alimentar o mito de que escreve para poucos e bons leitores.


Fonte: O Globo (notícia completa aqui)

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Família diz que livro que expõe homossexualidade de Lampião é "mentiroso"


Um livro sobre a vida de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, está causando tensão entre o autor, Pedro de Morais, e a família do biografado. Intitulado "Lampião, o Mata Sete", a obra afirma em suas linhas que o cangaceiro mantinha relações com homens, que Maria Bonita era adúltera e que Expedita Ferreira Nunes, herdeira direta de Virgulino, não é filha legítima dele. A biografia, que estava proibida de comercialização desde 2011, voltou a circular desde a última terça-feira (29).

Representante de Expedita e da neta dela, Vera Ferreira, o advogado Wilson Wynne Mota garante que as informações do livro são "mentirosas e sem base de estudo ou referências bibliográficas". "Não existe no processo um único documento que prove que dr. Pedro [autor do livro] fez qualquer tipo de estudo, pesquisa ou de onde foi buscar essa informação. Tudo não passa de uma mera mentira. Não há qualquer demérito em ele ser homossexual, mas a discussão é se é verdade ou mentira. E a Vera [neta] tem certeza absoluta de que o fato é mentiroso", disse o advogado.


A família de Lampião pretende entrar com recurso no Supremo Tribunal Federal para que a biografia seja proibida novamente. A decisão de liberação para venda foi do desembargador Cezário Siqueira Neto, da 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Sergipe. Segundo ele, a determinação garante o direito à liberdade de expressão, com base em recentes julgamentos do STF (Supremo Tribunal Federal).

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Contos e poemas inéditos de Truman Capote são descobertos, diz jornal

Parte dos textos será publicada na próxima quinta-feira por semanário alemão

 Retrato do escritor Truman Capote, em 1947. 

Trinta contos e 12 poemas inéditos de Truman Capote foram descobertos, anunciou nesta segunda-feira o jornal alemão "Die Zeit". Segundo a agência de notícias EFE, parte dos textos, escritos entre 1935 e 1943, quando o autor ainda era adolescente, será publicada na próxima quinta-feira, no semanário "ZEITmagazine".

O diretor da editora alemã Kein & Aber, Peter Haag, e a editora das obras de Truman Capote, Anuschka Roshani, são os responsáveis pelo achado. Segundo o "Die Zeit", o autor dos clássicos "Bonequinha de luxo" e "A sangue frio" já se mostrava "um grande estilista" na juventude. Em 2015, os contos serão publicados em inglês pela editora Random House, em Nova York, e em alemão pela Kein & Aber.




quinta-feira, 2 de outubro de 2014

‘A Culpa É das Estrelas’ é banido de biblioteca escolar


O livro
 A Culpa É das Estrelas, do escritor americano John Green, foi banido das bibliotecas de uma escola pública da cidade de Riverside, na Califórnia. Segundo o site da revista The Hollywood Reporter, a proibição do romance que retrata o relacionamento de dois adolescentes com câncer e que foi adaptado para o cinema aconteceu após a reclamação da mãe de um aluno da Frank Augustus Miller Middle School. Karen Krueger afirmou que estava “chocada” com o fato de um livro que trata de morte e sexo estar disponível para crianças de 11 a 13 anos da unidade.

A escola reuniu um comitê e, por seis votos a um, decidiu remover as três cópias do romance de Green da biblioteca. Desde 1988, a unidade já recebeu 37 reclamações de pais que pediam que outros volumes fossem proibidos, mas só havia banido um livro até agora, The Chocolate War, de Robert Cormier, em 1996. De acordo com o site The Press Enterprise, que entrou em contato com a Frank Augustus Miller, A Culpa É das Estrelas ainda estará disponível nas bibliotecas de escolas de ensino médio da mesma rede.


Em sua página no Tumblr, John Green comentou a proibição. “Estou feliz porque, aparentemente, essas crianças de Riverside nunca vão ser testemunhas da morte já que elas não vão ler meu livro”, escreveu, em tom irônico. “Mas também estou triste porque eu esperava poder introduzir a ideia de que pessoas podem morrer a essas crianças e acabar com suas esperanças de imortalidade.” 


quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Leia o trecho inicial de 'Alabardas, alabardas, espingardas, espingardas', de José Saramago


"O homem chama-se artur paz semedo e trabalha há quase vinte anos nos serviços de faturação de armamento ligeiro e munições de uma histórica fábrica de armamento conhecida pela razão social de produções belona s.a., nome que, convém aclarar, pois já são pouquíssimas as pessoas que se interessam por estes saberes inúteis, era o da deusa romana da guerra. Nada mais apropriado, reconheça-se. Outras fábricas, mastodônticos impérios industriais armamentistas de peso mundial, se chamarão krupp ou thyssen, mas esta produções belona s.a. goza de um prestígio único, esse que lhe advém da antiguidade, baste dizer-se que, na opinião abalizada de alguns peritos na matéria, certos petrechos militares romanos que encontramos em museus, escudos, couraças, capacetes, pontas de lanças e gládios, tiveram a sua origem numa modesta forja do trastevere que, segundo foi voz corrente na época, havia sido estabelecida em roma pela mesmíssima deusa. Ainda não há muito tempo, um artigo publicado numa revista de arqueologia militar ia ao ponto de defender que alguns recém-descobertos restos de uma funda balear provinham dessa mítica forja, tese que logo seria rebatida por outras autoridades científicas que alegaram que, em tão remotos tempos, a temível arma de arremesso a que se deu o nome de funda balear ou catapulta ainda não havia sido inventada. A quem isso possa interessar, este artur paz semedo não é nem solteiro, nem casado, nem divorciado, nem viúvo, está simplesmente separado da mulher, não porque ele assim o tivesse querido, mas por decisão dela, que, sendo militante pacifista convicta, acabou por não suportar mais tempo ver-se ligada pelos laços da obrigada convivência doméstica e do dever conjugal a um faturador de uma empresa produtora de armas. Questão de coerência, simplesmente, tinha explicado ela então. A mesma coerência que já a havia levado a mudar de nome, pois, tendo sido batizada como berta, que era o nome da avó materna, passou a chamar-se oficialmente felícia para não ter de carregar toda a vida com a alusão direta ao canhão ferroviário alemão que ficou célebre na primeira guerra mundial por bombardear paris de uma distância de cento e vinte quilómetros. Voltando a artur paz semedo, há que dizer que o grande sonho da sua vida profissional é vir a ser nomeado responsável pela faturação de uma das secções de armas pesadas em vez da miuçalha das munições para material ligeiro que tem sido, até agora, a sua quase exclusiva área de trabalho. Os efeitos psicológicos desta entranhada e não satisfeita ambição intensificam-se até à ansiedade nas ocasiões em que a administração da fábrica apresenta novos modelos e leva os empregados a visitar o campo de provas, herança de uma época em que o alcance das armas era muito menor e agora impraticável para qualquer exercício de tiro.

Contemplar aquelas reluzentes peças de artilharia de variados calibres, aqueles canhões antiaéreos, aquelas metralhadoras pesadas, aqueles morteiros de goela aberta para o céu, aqueles torpedos, aquelas cargas de profundidade, aquelas lançadeiras de mísseis do tipo órgão de estaline, era o maior prazer que a vida lhe podia oferecer. Notava-se a ausência de tanques no catálogo da fábrica, mas era já público que se estava preparando a entrada de produções belona s.a. no mercado respectivo com um modelo inspirado no merkava do exército de israel. Não podiam ter escolhido melhor, que o digam os palestinos. Tantas e tão fortes emoções quase faziam perder o conhecimento ao nosso homem.

À beira do delíquio, pelo menos assim o cria ele, balbuciava, Água, por favor, deem-me água, e a água sempre aparecia, pois os colegas já iam de sobreaviso e imediatamente lhe acudiam. Aquilo era mais uma questão de nervos que outra coisa, artur paz semedo nunca chegou a desfalecer por completo. Como se está vendo, o sujeito em questão é um interessante exemplo das contradições entre o querer e o poder. Amante apaixonado das armas de fogo, jamais disparou um tiro, não é sequer caçador de fim de semana, e o exército, perante as suas evidentes carências físicas, não o quis nas fileiras. Se não trabalhasse na fábrica de armamento, o mais certo é que ainda hoje estivesse a viver, sem outras aspirações, com a sua pacifista felícia."

(Trecho de "Alabardas, alabardas, espingardas, espingardas" [Companhia das Letras])

Fonte: O Globo