quinta-feira, 31 de julho de 2014

Livro sobre romance de 'Hilda Furacão' pode ganhar nova edição

Com o companheiro e craque do
Botafogo Paulo Valentim

O romance Hilda Furacão, de Roberto Drummond, é campeão de vendas: cerca de 200 mil exemplares foram comercializados desde o lançamento, em 1991. Atualmente, os direitos pertencem à Geração Editorial, que imprimiu 5 mil livros, em junho, para atender à demanda depois da adoção do romance para concurso.

Luiz Fernando Emediato, dono da Geração Editorial, informa que 1,9 mil exemplares foram comercializados apenas em Belo Horizonte. O número de exemplares reimpressos pode aumentar, informa. “A tiragem depende do número de pedidos feitos pelas livrarias. Como a história floresceu, muito provavelmente vamos fazer nova edição, pois têm nos chegado informações de que Hilda Furacão está se esgotando”, revela.

FLIP 2014 - Mesa de abertura relembra múltiplas faces de Millôr


Na abertura da 12ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), na noite desta quarta-feira, as várias faces do autor homenageado deste ano, o carioca Millôr Fernandes, morto em março de 2012, estiveram presentes. Enquanto o cartunista Jaguar, numa divertida entrevista feita pelos humoristas Hubert e Reinaldo, lembrou histórias engraçadas da carreira de Millôr no “Cruzeiro” e no “Pasquim”, o crítico de arte Agnaldo Farias tratou de um aspecto menos analisado de sua obra, o de artista plástico.

A noite da 12ª edição da Flip foi apresentada por Mauro Munhoz, diretor-presidente da Casa Azul, instituição que organiza a festa, e por seu curador, Paulo Werneck. Juntos, eles lembraram de quatro autores que já participaram de outras edições da Flip e que morreram recentemente: Munhoz citou a sul-africana Nadine Gordimer, enquanto Werneck falou dos brasileiros João Ubaldo Ribeiro, Ariano Suassuna e Edson Nery da Fonseca.


Em seguida, foi a vez de o crítico de arte mineiro Agnaldo Farias subir ao palco para abordar um lado, nas palavras do conferencista, “negligenciado” da obra de Millôr: o da pintura e do grafismo. Segundo ele, as artes plásticas nunca tiveram o espaço merecido no Brasil, o que se intensificou ainda mais com Millôr devido à ironia presente em seus trabalhos.

Fonte: O Globo (reportagem completa aqui)

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Flip quer resgatar produção artística de Millor Fernandes

Todos os anos, a primeira noite da Festa Literária Internacional de Paraty (RJ) é tradicionalmente dedicada ao homenageado da edição. Traz palestras densas sobre o estilo e os textos do artista.


Desta vez, a conferência inaugural, neste ano a cargo do crítico de arte Aguinaldo Farias, não vai ter como foco a palavra escrita, mas uma série de desenhos, caricaturas, colagens e pinturas.

Logo após Farias, a Tenda dos Autores, principal espaço da Flip, será palco de uma conversa entre o cartunista Jaguar e os humoristas do “Casseta & Planeta” Reinaldo e Hubert.

Esse início eclético, misto de história da arte, humor e TV, abolindo qualquer tipo de hierarquia entre os assuntos, espelha a carreira do homenageado da Flip deste ano, Millôr Fernandes (1923-2012).

Jornalista, escritor, desenhista, tradutor, teatrólogo, humorista, frasista, autodeclarado inventor do frescobol - foi tudo isso e mais um pouco, quase sempre sensacional.

Fonte: Folha de São Paulo (reportagem completa aqui)

terça-feira, 29 de julho de 2014

Jô Soares é internado em hospital de São Paulo para tratar pneumonia


O apresentador de televisão e escritor Jô Soares foi internado no hospital Sírio Libanês, em São Paulo, para tratar de um princípio de pneumonia. O humorista de 76 anos foi levado para o hospital na noite de sexta-feira (25/7) e deve receber alta nesta semana. Apesar do susto, o apresentador está bem.

De acordo com o hospital Sírio Libanês, Jô Soares está sendo tratado com antibióticos e deve ter alta nos próximos dias.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Oprah Winfrey posta foto ao lado de Paulo Coelho

O escritor brasileiro Paulo Coelho recebeu neste sábado (26) a apresentadora americana Oprah Winfrey em sua residência. Paulo Coelho, que atualmente mora em Genebra, na Suíça, lançou seu mais novo romance, intitulado "Adultério", no início deste ano.


No entanto, na foto postada por Oprah nas redes sociais, o clássico "O Alquimista" é que pareceu estar em evidência na entrevista, já que a apresentadora segura um exemplar em inglês - provavelmente autografado.

Na legenda, Oprah demonstrou sua admiração pelo brasileiro: "Me divertindo numa conversa com um dos meus autores favoritos em sua casa em Genebra, na Suíça".

Paulo Coelho também usou seu perfil nas redes sociais para registrar o encontro com a apresentadora. "Entrevista mágica com Oprah hoje", escreveu na legenda da foto. 


Escritor brasileiro mais traduzido em outros países, Paulo Coelho acaba de ganhar a cinebiografia "Não Pare na Pista - A Melhor História de Paulo Coelho", que aborda as diversas fases de sua vida. O filme estrelado por Júlio Andrade (que também viveu Gonzaguinha nas telonas) abriu o Festival de Cinema de Paulínia, que termina neste domingo (27).

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Suassuna planejava lançar novo romance, ‘O jumento sedutor’, ainda em 2014

Segundo Maria Amélia Mello, editora da José Olympio, casa que publica a obra de Ariano Suassuna, o autor planejava lançar um novo romance este ano. O livro se chamaria "O jumento sedutor" e estava sendo elaborado ao longo das últimas três décadas por Suassuna.


— Eu já tinha recebido uma versão que seria a final, mas, em maio, ele me pediu para fazer algumas modificações. Ele prometeu entregar logo, agora no início do segundo semestre, a nova versão, para que pudéssemos preparar tudo e lançá-lo até o fim do ano. A ideia dele era viajar o Brasil, para divulgar a obra — diz Maria Amélia. — Trata-se de um romance, bastante robusto e com muitas particularidades da obra do Ariano, como molduras nas páginas. Só não posso falar sobre o enredo porque ele havia me pedido para não comentarmos.

Segundo Suassuna declarara em entrevistas, o título de "O jumento sedutor" seria uma referência ao romance "O asno de ouro", lançado pelo escritor romano Apuleio no século II. Agora, o lançamento da obra, de acordo com Maria Amélia, depende do desejo da família do escritor.


— Depende de como ele deixou o livro e do interesse da família. Para a José Olympio, que sempre foi a casa do Ariano, será uma satisfação lançá-lo. Também tínhamos um projeto de fazer uma publicação com as poesias dele, uma parte de sua obra menos conhecida — diz a editora. — Nós mantínhamos um contato forte desde 2002. Há pouco mais de um mês, falei com ele para parabenizá-lo por seu aniversário. Ele foi um homem muito digno, muito honrado, que sabia mesclar o erudito com o popular.

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Morre Ariano Suassuna o “Quixote do sertão”

Morreu no Recife, nesta quarta-feira (23), o escritor, dramaturgo e poeta paraibano Ariano Suassuna, aos 87 anos. Ele estava internado desde a noite de segunda (21) na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Português, onde foi submetido a uma cirurgia na mesma noite após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) do tipo hemorrágico.


A cirurgia durou aproximadamente uma hora e ele havia passado a noite bem, sendo transferido para a UTI neurológica. A operação foi feita para a colocação de dois drenos que controlariam a pressão intracraniana. Na noite de terça-feira (22), o quadro dele se agravou, devido a "queda da pressão arterial e pressão intracraniana muito elevada", conforme foi informado em boletim.


Em 2013, Ariano foi internado duas vezes. A primeira delas em 21 de agosto, quando sentiu-se mal após sofrer um infarto agudo do miocárdio de pequenas proporções, de acordo com os médicos, e ficou internado na unidade coronária, mas depois foi transferido para um apartamento no hospital. Recebeu alta após seis dias, com recomendação de repouso e nenhuma visita.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Cinebiografia do escritor Paulo Coelho abre o 6º Paulínia Film Festival

Repaginado e ampliado, o Festival de Paulínia, agora transmutado no Paulínia Film Festival, para abrigar atrações estrangeiras, inaugurou sua sexta edição na noite desta terça-feira com a exibição, fora de concurso, de “Não pare na pista – A melhor história de Paulo Coelho”, a aguardada biografia do escritor carioca, que já vendeu mais de 165 milhões de livros no mundo inteiro.

O ator Júlio Andrade, protagonista de "Não pare na pista - A melhor história de Paulo Coelho", na abertura do Festival de Paulínia


Realizado ao custo de R$ 12,5 milhões, e com sequências rodadas no Brasil e na Espanha, o filme dirigido por Daniel Augusto rivaliza com as ambições do evento que o acolheu: suspenso desde 2012 devido a uma crise administrativa, o festival retorna suas atividades em 2014 distribuindo R$ 800 mil em prêmios.

O Teatro Municipal de Paulínia ficou pequeno para o número de convidados locais e estrangeiros – os diretores Abel Ferrara e Tony Gatlif, a atriz Jacqueline Bisset, e os atores americanos Danny Glover e Michael Madsen, entre outros – que atravessou o tapete vermelho para assistir à longa cerimônia inaugural. O ator Júlio Andrade, intérprete de Paulo Coelho, assistiu grande parte dela sentado nos degraus da plateia.

“Não pare na pista” recria, com a ajuda da ficção, a trajetória do autor de “O alquimista” antes da fama internacional. O roteiro, de Carolina Kotscho (“2 filhos de Francisco”) alterna momentos da vida do escritor na adolescência, na fase adulta e na maturidade para mostrar os tormentos de um personagem em busca de um sonho.

O filme, que chega aos cinemas em 14 de agosto, abre com a imagem de um jovem Paulo Coelho (Ravel Andrade, irmão de Júlio) abrindo os bicos de gás do fogão de casa, numa tentativa abortada de suicídio. É a primeira de muitas crises mentais que resultarão em internações e em conflitos familiares, um caminho tortuoso que o guiará até a parceria com Raul Seixas (Lucci Ferreira) e, no fim, à formação do escritor.

– Para mim, esta noite é particularmente especial porque estou com o meu irmão caçula aqui. Ele sempre vivia dizendo que queria ser ator, e hoje ele está aqui comigo – disse Júlio, abraçando o Ravel, ao lado da equipe do filme.

*O repórter viajou a convite da organização do Festival de Paulínia

Fonte: O Globo

terça-feira, 22 de julho de 2014

Ariano Suassuna sofre AVC hemorrágico e passa por cirurgia no Recife

O escritor foi encaminhado para a UTI Neurológica da unidade de saúde e não tem previsão de alta


O escritor Ariano Suassuna foi internado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Real Hospital Português, na noite desta segunda-feira (21), após ter sofrido um Acidente Vascular Cerebral (AVC) hemorrágico. De acordo com os médicos, o estado de saúde do dramaturgo é considerado grave, porém estável. 

Ariano Suassuna foi hospitalizado às 20h desta segunda com um sangramento intracraniano. Ele foi levado para a sala de cirurgia em um procedimento emergencial. A operação neurológica foi considerada bem sucedida e terminou por volta das 23h. De acordo com o Hospital Português, em seguida, ele foi encaminhado para a UTI Neurológica da unidade e não tem previsão de alta. 

Dantas Suassuna, filho do paraibano radicado em Pernambuco, estava em viagem quando soube da internação do pai. "Minha irmã me ligou falando que ele passou mal e foi para o Hospital Português. Nem sei direito o que aconteceu. Estou voltando para casa", desabafou.

Na última sexta-feira (18), o escritor concedeu uma aula espetáculo no Festival de Inverno de Garanhuns, no Agreste. Na manhã do sábado (19), ainda tirou fotos com fãs que participavam do evento. Segundo Samaroni Lima, assessor de Ariano, ele estava ótimo e muito animado. "Não se queixou de fraquezas ou qualquer outro problema. Ele estava normal, estava bem", contou. Ainda de acordo com o assessor, o autor não tinha aulas programadas para esta semana. 

Coração

Em agosto passado, Ariano Suassuna sofreu um infarto agudo do miocárdio e foi internado no Hospital Português. Segundo os médicos, ele teve um comprometimento cardíaco considerado de pequenas proporções. Dois dias após receber alta médica, deu entrada novamente na unidade. Ele teria sido encontrado desacordado no chão de casa por familiares e passou mais quatro dias na UTI.


segunda-feira, 21 de julho de 2014

Garota de programa narra em livro experiência com alta sociedade

Homens com Rolex no pulso acompanhados de mulheres "vestindo" só joias e salto alto –e nada mais. Esse era o traje de uma festa privê regada a sexo que reuniu casais da alta sociedade de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo).


Aconteceu no ano passado numa fazenda luxuosa da região, segundo Lola Benvenutti, 22, codinome da garota de programa Gabriela Natalia Silva. Os detalhes da noite estão em seu livro "O Prazer é Todo Nosso" (editora MosArte), que será lançado em agosto.

Há menos de dois anos, a acompanhante ficou conhecida por relatar seus encontros com clientes em um blog que leva seu nome. Ao mesmo tempo, frequentava o último ano da faculdade de letras na UFSCar (Universidade Federal de São Carlos).

O caso lembra o da ex-garota de programa Raquel Pacheco, a Bruna Surfistinha, que também relatava seus programas num blog e cuja história rendeu livro e filme.

"Era tudo muito sofisticado. Eu já havia participado de swings, mas eram mais modestos. Em Ribeirão, foi ostentação total", afirma. Eram 15 casais de médicos e suas mulheres numa fazenda com diversos quartos –segundo ela, o cenário remetia ao filme "De Olhos Bem Fechados" (1999), de Stanley Kubrick (1928-1999).


Os nomes de todos os "personagens" são mantidos em sigilo no livro, que levou um ano para ficar pronto. Nele, muito além de relatos dos programas e dicas para apimentar uma relação, a autora defende a bandeira da liberdade sexual. "Faço o que faço porque gosto, porque sou mulher, porque sou humana e tenho o direito de traçar o meu próprio caminho."

Por isso, o tom do livro é leve e as passagens, divertidas, diz ela. "O livro é neste sentido: de se libertar para gozar a vida, o parceiro, sozinho." Foi pelo caminho do prazer que Lola disse ter descoberto o amor por si mesma: tida como a "patinho feio" do colégio, resolveu gostar de si.

A primeira vez em que fez sexo por dinheiro, diz, foi aos 17, mas não continuou –temia a repercussão em sua cidade, Pirassununga (211 km de São Paulo). "Eu sempre tive curiosidade em saber como funciona [a prostituição]", afirma ela, que se considera precoce no tema. "Quando era criança, colocava o Ken e a Barbie sem roupas, um em cima do outro, e simulava o ato sexual."

Lola diz que pretende lançar outros livros. Tem passagens literárias tatuadas pelo corpo. Nas costas, um verso de Manuel Bandeira :"...dizer insistentemente que fazia sol lá fora". No pulso esquerdo, uma frase João Guimarães Rosa: "Digo: o real não está na saída nem na chegada. Ele se dispõe para a gente é no meio da travessia". Ela tem projetos para workshops e palestras. Não pensa em namorar. Sua descrença na monogamia, diz, é um dos motivos para ter escolhido o atual ofício.

Ao posar para a Folha, tentou manter uma imagem de glamour, distante do estereótipo de uma garota de programa. "A minha proposta não é aparecer com a bunda de fora na TV, ter 15 minutos de fama e falar que saí com jogador de futebol", diz ela. Sem revelar valores, afirma que é possível ganhar dinheiro com a profissão "se souber ser administrada".

Diz ser realista e saber que a carreira é curta, principalmente porque "a beleza acaba e gasta-se muito para estar sempre bonita". Mesmo assim, jura que não se arrepende de ter escolhido a atual profissão. "Nunca fui tão feliz como agora, porque sou quem realmente sou. Não tem alegria maior do que não ter de se enganar", afirma.

sábado, 19 de julho de 2014

João Ubaldo Ribeiro preparava livro sobre histórias de bar

Depois de escrever sobre a última missão de um sargento bronco e uma sexagenária libidinosa, João Ubaldo dedicava-se às histórias de bar. A informação foi anunciada por um de seus filhos, Bento Ribeiro.


— Ele estava no meio do próximo livro, não entrou em detalhes, mas disse que seria sobre histórias de bar — contou o apresentador e humorista durante o velório do escritor morto nesta sexta-feira, vítima de uma embolia pulmonar.

O romance vinha sendo escrito há dois anos. De acordo com a secretária do autor, Valéria dos Santos, João Ubaldo levantava diariamente às 4h e escrevia até as 10h, "quando os telefones começavam a tocar e o interrompiam".

— Para mim, antes de escritor, ele era acima de tudo meu pai. Tínhamos uma relação muito próxima, e ele curtiu muito ser avô. Recentemente, ele planejava visitar o neto (em São Paulo). Ele foi um paizão e era muito orgulhoso do conhecimento que tinha da cultura brasileira — disse Bento.

Irmão caçula do romancista, o engenheiro Manuel Ribeiro Filho também se despediu.

— Minhas maiores lembranças do João Ubaldo são as da casa paterna. Lembro das brigas com o pai, que queria que ele fosse advogado ou funcionário público. E ele dizia que queria viver da pena. João Ubaldo persistiu nesse caminho, o que me impressionou. Lembro ainda dele copiando dicionário de inglês para aprender a língua, o que ele conseguiu sozinho. Tínhamos algumas discussões, porque ele era torcedor do Vitória, e eu do Bahia.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

João Ubaldo Ribeiro morre aos 73 anos no Rio

Escritor sofreu uma embolia pulmonar no apartamento em que morava com a mulher, na zona sul


O escritor João Ubaldo Ribeiro morreu esta madrugada aos 73 anos. Informações do noticiário Bom Dia, Rio, da TV Globo, indicam que Ribeiro, autor consagrado de obras como "Viva o Povo Brasileiro", sofreu uma embolia pulmonar no apartamento em que morava com a mulher, na zona sul do Rio.

Membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), em que ocupava a cadeira 34, Ribeiro era colunista do Estado e de "O Globo". Além de "Viva o Povo Brasileiro", o escritor se notabilizou por clássicos como "Sargento Getúlio" e "O Sorriso do Lagarto".

Ainda não há informações sobre local e horário do sepultamento. Baiano que passou a infância e adolescência na Ilha de Itaparica, cenário de alguns de seus principais trabalhos e tema constante em suas colunas dominicais, Ribeiro vivia no Rio, entre idas e vindas, desde os anos 70 do século passado. Ele deixa quatro filhos.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Marvel anuncia que próximo Capitão América será negro

O próximo personagem a usar o escudo estrelado e vestir o uniforme vermelho, branco e azul do Capitão América nas páginas dos quadrinhos da Marvel será negro.


A mudança nas características do personagem foi divulgada quarta-feira (16) no site da editora. Ela acontece após a aposentadoria do alter ego original do Capitão América, Steve Rogers, que descobre ter perdido sua força e agilidade fora do comum, adquiridas com a injeção de um “soro para super-soldados”.

O herói surgiu em 1941 como um soldado superpoderoso que lutava contra os nazistas. A Marvel o ressuscitou nos anos 1960 e ele acabou se tornando um ícone entre os heróis da companhia de quadrinhos.

Na nova versão, Rogers vai transmitir a persona do Capitão América ao amigo e companheiro de tropa mais jovem, Sam Wilson, que em outra HQ é a verdadeira identidade do super-herói alado Falcão.

Uma explicação de três páginas sobre a transformação foi publicada no site da Marvel sob a manchete: “É hora de um Capitão América totalmente”. A autoria da mudança é do roteirista e artista Rick Remender e do editor Tom Brevoort, ambos integrantes da equipe criativa envolvida no relançamento de vários dos mais populares heróis da Marvel.

A atualização do Capitão América foi revelada também pelo diretor-criativo da editora, Joe Quesada, durante uma participação no programa de TV “The Colbert Report”, no domingo (13) à noite.

Fonte: Folha de São Paulo (Notícia completa aqui!)

Adolescentes brasileiros formam legião de leitores-fãs e impulsionam as vendas das editoras

Não tem nada melhor que sentir o cheiro do livro, passar as páginas entre os dedos, saber de cara se falta muito para o fim, admirar a capa com atenção. Parece frase de quem tem de 40 anos para cima, mas é o que dizem adolescentes de 13 a 18 anos. No Brasil, uma geração plenamente digital vem consumindo livros de papel avidamente, destruindo generalizações como “adolescente vive na internet” ou “esses meninos não gostam de ler”. Em uma fase da vida em que tudo é intenso — eles amam demais ou odeiam demais — meninos e meninas vêm provando que suas paixões desmedidas também podem se voltar para as letras. Impressas no papel.


Uma breve olhada nas listas de livros mais vendidos dá a dimensão do fenômeno. Entre os dez primeiros lugares do último ranking do PublishNews, site especializado em mercado editorial, oito são queridinhos do público jovem, mesmo que nem sempre pertençam à categoria infantojuvenil. Quem encabeça a lista é John Green, com “A Culpa é das estrelas” (Intrínseca). Outros três livros do autor, cultuado por adolescentes, também estão lá. “A escolha” (Editora Seguinte), de Kiera Cass, que faz parte da trilogia “A seleção”, aparece em sétimo. “Instrumentos mortais — Cidade do fogo celestial” (Galera Record), de Cassandra Clare, fecha a lista geral dos dez mais.

— Esses jovens leitores não são só leitores. Eles têm uma relação de fã com os livros, com as séries, com os autores... E o livro, nessa história, é quase como um objeto de desejo: além de ler, eles querem colecionar, colocar na estante, organizar. Com e-book não tem muito disso. Você não tem como virar para um amigo e dizer: “Deixa eu te mostrar a minha estante de e-books” — analisa a editora-executiva do selo Galera Record, Ana Lima.

Julia Schwarcz, publisher da Seguinte, selo jovem da Companhia das Letras, conta que já recebeu e-mails de leitores de pouca idade reclamando que o volume de uma série tinha meio centímetro a mais que outro, e isso, segundo eles, fica feio na estante:

— É curioso porque temos um livro de contos que lançamos em versão digital gratuita e só depois lançamos em versão física. Ele faz parte da série “A seleção”. Foi um sucesso de vendas. Muitos leram a versão digital e ainda fizeram questão de ter a publicação em papel.
O sucesso da série “A seleção” é realmente estrondoso. O último volume da trilogia, chamado “A escolha”, lançado em maio deste ano, teve tiragem inicial de 50 mil exemplares, quando tiragens básicas giram em torno de 3 mil. Desde o lançamento, a Seguinte já vendeu cerca de 100 mil cópias só dessa publicação.

Fonte: O Globo (Veja matéria completa aqui!)


quarta-feira, 16 de julho de 2014

Escritor Rubem Alves está internado com infecção pulmonar


O escritor Rubem Alves, 80 anos, está internado com uma infecção pulmonar. A informação foi divulgada na página oficial do mineiro de Boa Esperança, Sul de Minas Gerais. Em 2010, ele já havia enfrentado um câncer, além de problemas no coração e coluna, que o obrigaram a passar por cirurgias. 

Rubem Alves nasceu em 15 de setembro de 1933. Saiu de Minas Gerais e foi viver no Rio de Janeiro, onde estudou teologia. Também estudou em Nova York, na época do golpe militar no Brasil. Ele se casou e tem três filhos. Além de escritor e teólogo, Rubem é psicanalista, poeta, filósofo e educador
.

terça-feira, 15 de julho de 2014

Marvel anuncia que Thor será uma mulher em nova série de quadrinhos

Um dos maiores sucessos da Marvel, o super-herói Thor passará agora a ser uma mulher. Mas nos quadrinhos, foi o que anunciou a empresa nesta terça-feira. Baseado na mitologia nórdica, o Deus do Trovão acabará dando lugar a uma personagem feminina na nova série da produtora, "THOR".


A Marvel divulgou a novidade no programa "The View", através da atriz e apresentadora Whoopi Goldberg. Logo após, emitiu um comunicado explicando que a medida é uma forma de atrair novos leitores e integrar o público feminino. "A" Thor será a oitava protagonista feminina da Marvel.

"A frase no martelo de Thor diz: 'ELE que empunhar o martelo, se for digno, terá o poder de Thor'. Bem, é hora de mudar esse texto. O novo Thor continuará a tradição da editora de ter personagens femininas como Capitã Marvel, Tempestade e Viúva Negra, entre outras. E a nova Thor não é uma substituta temporária – ela é a única Deusa do Trovão, e é digna do título!", diz o editor Will Moss no comunicado.

Outro a se pronunciar foi o próprio autor, Jason Aaron. Além de participar do comunicado, ele é citado pelo editor executivo da Marvel Digital, Ryan Penagos. O escritor reforça que a nova versão, definitiva, é Thor, e não um spin-off.

"THOR", a série de quadrinhos, estreia em outubro, com ilustrações de Russell Dauterman ("Ciclope"). No cinema, o ator australiano Chris Hemsworth fez o papel do Deus do Trovão em dois filmes, além de participar da franquia de "Os vingadores". O personagem foi criado em 1962, por Stan Lee.


segunda-feira, 14 de julho de 2014

Cadernos de anotações de Camus ganham edições em português

São três volumes que compreendem os períodos de 1935 a 1937, 1937 a 1939 e 1939 a 1942 e que permitem acompanhar a gestação da obra do intelectual


De todos os escritores franceses, Albert Camus é aquele que melhor consegue realizar um prodígio: captar a empatia dos leitores logo nas primeiras linhas. Pode-se pensar que o frescor da inteligência que se respira em sua escrita é um patrimônio da grande literatura francesa, de Montaigne a Proust. Porém, poucos como Camus conseguiram estabelecer esse tipo de intimidade imediata com o leitor. O segredo desse vínculo afetivo se manifesta de maneira privilegiada em uma parte de sua obra ainda inédita no Brasil: seus cadernos de anotações. 

Por meio do trabalho excelente da editora Hedra, o leitor pode agora tomar contato direto com as anotações de Camus em três fases decisivas de sua vida e obra: Esperança do Mundo (1935-37), A Desmedida na Medida (1937-39) e A Guerra Começou, Onde Está a Guerra?(1939-42). As traduções, bibliografias, cronologias e notas são assinadas por Raphael Araújo e Samara Geske, especialistas na crítica genética de Camus (análise de seus manuscritos). A edição conta com a participação de Claudia Amigo Pino, Nilson Silva e dos próprios Araújo e Geske, que assinam longos e esclarecedores posfácios sobre a importância dos cadernos na obra do escritor argelino. 

Fonte: O Estadão – Reportagem completa aqui!

Editoras apostam em literatura infanto-juvenil gay


O título é tão simples quanto deveria ser o tema: “Garoto encontra garoto”. A história do romance, no entanto, é complexa como a vida: garoto encontra garoto, garoto se apaixona por garoto, e um mal-entendido separa um do outro. Em 2003, o romance “Boy meets boy” causou polêmica quando foi lançado nos Estados Unidos. De autoria do editor de livros infantis e escritor David Levithan, vendeu milhares de cópias, mas foi rechaçado pelo público conservador — provando que a linha entre o que deve ser simples e se torna complexo é mesmo tênue. Ainda assim, só agora, 11 anos depois, o livro chega ao Brasil, país em que o casamento civil entre homossexuais é permitido desde 2011 e onde até novela já veiculou cena de beijo entre personagens do mesmo sexo.

O lançamento do romance de Levithan no próximo mês, na Bienal de São Paulo, indica uma revolução que vem acontecendo não só no gênero (chamado por algumas editoras de “young adult”), como no mercado editorial brasileiro, que tem publicado cada vez mais títulos voltados ao público entre 12 e 18 anos com personagens ou temas gays. “Garoto encontra garoto” é lançado na cola do sucesso de “Will & Will” (ambos da Record), também de autoria de David Levithan, em parceria com o mais novo queridinho do gênero teen, John Green (autor de “Todo dia”, que também esbarra no tema). “Will & Will” conta a história de dois jovens que se apaixonam e figura na lista dos mais vendidos desde abril, com mais de 70 mil exemplares comercializados. A trama, garante o autor, continua absolutamente atual:

— Quando publiquei “Garoto encontra garoto”, há 11 anos, havia partes da história que pareciam pura fantasia. Na trama, cidadãos americanos gays poderiam se casar, e a geração mais nova lidava tranquilamente com os homossexuais. Se você me dissesse que essas coisas seriam verdade dez anos depois, eu não teria acreditado. Com certeza, estamos muito mais próximos hoje da realidade do livro do que em 2003. Ainda temos muito a percorrer na estrada pela igualdade dos direitos civis, mas, especialmente para os mais jovens, boa parte do percurso já foi feita — diz Levithan, lembrando que recebe milhares de e-mails de jovens leitores dizendo que a história de Paul e Noah os ajudou a entender quem eram.

O clichê é inevitável: a literatura teen saiu do armário. Se entre as grandes editoras americanas há 135 títulos tagueados como “gay” e “teen”, de acordo com o site Goodreads, no Brasil já existem ao menos dez títulos que abordam a homossexualidade entre seus temas principais (todos lançados de 2012 para cá). Só neste ano, “Garoto...” é o terceiro lançamento.

Em abril, a Companhia das Letras lançou, pelo selo jovem Seguinte, o romance “Aristóteles e Dante descobrem os segredos do universo”, do autor americano Benjamin Alire Sáenz, que conta a história de dois amigos que descobrem o amor.

Quando publicou a obra, Sáenz fez um discurso emocionado em que assumiu sua homossexualidade: “Quase não escrevi esse livro. Minha jornada em busca da aceitação da minha sexualidade tem sido dolorosa, difícil, complicada e conflituosa. E bastante longa. Como se diz hoje em dia, eu ‘saí do armário’ aos 54 anos. Estava um pouco atrasado. É justo dizer que, ao fim dessa jornada, estava ferido”.

Namoro na turma da Luluzinha

Em fevereiro, a editora Autêntica lançou “Minha metade silenciosa”, do também americano Andrew Smith, em que um dos personagens principais é homossexual, e seus questionamentos conduzem a trama. A tendência também pode ser notada nas HQs: no mesmo mês, a edição 57 da HQ “Luluzinha Teen” incluiu um personagem homossexual na turma da protagonista. Na história, Edgar é namorado de Fábio, cujos pais não aprovam o namoro.

— A Luluzinha tem por característica ser a libertária da turma, a líder, uma defensora dos direitos humanos, era natural que o tema aparecesse nas suas histórias, e que fosse ela a comprar a briga em defesa do personagem. Não tem como falar para jovens hoje ignorando o assunto — defende Daniel Stycer, editor da HQ e idealizador do roteiro.

A lista não para por aí: no fim do ano passado, a Globo Livros lançou “Menino de Ouro”, da escritora inglesa Abigail Tarttelin, que aborda a sexualidade na adolescência sob o ponto de vista de Max — melhor aluno da escola, capitão do time de futebol, querido entre os amigos, ele guarda um segredo: é intersexual, ou seja, possui os conjuntos de cromossomos feminino e masculino.

Na série da autora best-seller Sara Shepard, “Pretty little liars”, cujo décimo volume (“Estonteantes”) foi lançado pela Rocco no mês passado, um romance gay surgiu no oitavo livro (”Perigosas”), foi assumido no nono (“Traiçoeiras”), e até hoje segue na trama.

Apesar de a lista indicar uma abertura do mercado brasileiro, ainda são pouquíssimos os autores nacionais que abordam o tema quando escrevem para jovens — e os títulos que existem estão escondidos em pequenas editoras, como a paulistana Brejeira Malagueta. Eles têm dois deles no catálogo: o da blogueira carioca Karina Dias, “Diário de uma garota atrevida” (2012), que conta a história da primeira experiência homossexual de uma jovem de 14 anos; e “Depois daquele beijo” (2012), da pernambucana Rafaella Vieira. Com apresentação de Adriana Falcão, o livro é todo ambientado em Recife, tem citações a bandas indie e conta a história de duas amigas que descobrem o amor na escola.

— Achamos muito interessante a forma como ela retratou a homossexualidade em garotas muito jovens, com pouquíssimos trauma e problemas. É um retrato animador da nova geração, que já se beneficia das mudanças sociais estratosféricas ocorridas nos últimos anos — observa a editora do livro, Laura Bacellar.

sábado, 12 de julho de 2014

André Vianco - Livro sobre zumbis tem historia de terror para dar risada

André Vianco, um dos melhores escritores de histórias de terror do Brasil, confessa: ele morre de medo de zumbis!

Ilustração do livro "Zumbi - O Terrível Ataque das Rãs do Nepal"

Para enfrentar o pavor dessas criaturas, André escreveu uma aventura das mais aterrorizantes. Como grande mestre do suspense que é, ele parte de um começo muito simples, colocando um pedaço da vida de todos na narrativa.

E assim que nós, leitores, começamos a nos identificar com Pedro, a compartilhar de sua rotina e a rir do seu jeito engraçado de dizer as coisas, estranhas rãs do Nepal aparecem na aula de ciências.

Para piorar a situação, os anfíbios escapam do aquário, fazem a maior confusão e... a partir desse momento, os mais bizarros acontecimentos invadem a vida do garoto.


Os desenhos engraçados de Santtos marcam as cenas divertidas, acentuando o lado bem humorado dessa história de terror para rir. Suspense e alta diversão num livro para ler de uma sentada só.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Adaptação de livro de JK Rowling para a TV começa a ser gravada

A produção é uma parceria entre a BBC e a HBO


O canal BBC One divulgou uma imagem do início da filmagem de Morte Súbita, da escritora JK Rowling, autora da saga Harry Potter.

O começo das filmagens rolou no sábado, 5, e a adaptação do livro para a TV é uma parceria entre o canal britânico BBC e a norte-americana HBO, a mesma responsável porGame of Thrones.


O elenco conta com várias celebridades, entre eles Michael Gambon, o eterno Dumbledore. Alguma dúvida de que será um sucesso?

quinta-feira, 10 de julho de 2014

'Vão se f...', diz autor de 'Game of thrones' para quem acha que ele morre antes de terminar a saga


O sexagenário George R. R. Martin, autor da saga que inspirou a série "Game of thrones", é frequentemente questionado sobre a demora em lançar os últimos volumes de "A song of ice and fire". Fãs da série de TV e dos livros temem que o americano, de 65 anos, morra antes de completar a história de fantasia. Para eles, seu recado é curto e grosso.

"Francamente, acho bastante ofensivo quando as pessoas começam a especular sobre a minha saúde e a minha morte. Então quero que essas pessoas se f****", disse, levantando o dedo do meio para reforçar sua opinião (assista aqui ao vídeo).

"A dança dos dragões", o quinto e o último livro lançado, em 2011, levou seis anos para ser escrito. Ainda faltam outros dois volumes para completar a saga, com um total de sete livros. Martin está trabalhando em "The winds of winter", mas não deu previsão de lançamento.

Uma análise do ritmo de escrita de George R.R. Martin com base nos livros anteriores determinou que o autor escreve, em média, apenas 350 palavras por dia. Nesta velocidade, portanto, o livro só ficaria pronto em 2017. Em uma entrevista recente ao site "Mashable", Martin admitiu que "precisa escrever mais rápido", mas completou:

"Eu não faço promessas. Descobri há muito tempo que quando você olha o todo, a catedral que você tem que construir, tudo parece tão assustador que você apenas desiste, senta no sofá e vai jogar videogame".


quarta-feira, 9 de julho de 2014

O Maravilhoso Agora - Leia o primeiro capítulo

Sutter Kelly é O Cara, o rei das festas. Porém, diferente dos amigos adolescentes, não está preocupado com o futuro, está mais interessado em viver o agora. Com um 7Up batizado nas mãos, ele está pronto para qualquer coisa. Mas nem tudo anda bem para ele. Vive discutindo com a mãe, o pai há anos não dá notícias, e sua namorada Cassidy lhe deu um pé na bunda. Em meio a esse caos, a doce Aimee pode despertar Sutter para outra realidade. E, pela primeira vez, ele tem o poder de fazer a diferença na vida de alguém, ou de arruiná-la para sempre.


CAPÍTULO 1

Bem, são quase dez da manhã, e estou começando a entrar no clima. Em tese, tinha que estar na aula de álgebra II, mas, na verdade, estou dirigindo até a casa de Cassidy, minha namorada gorda e bonita. Ela matou aula para cortar o cabelo e precisa de uma carona até o salão, porque os pais confiscaram as chaves do carro dela. O que não deixa de ser um pouco irônico, considerando que foi castigo por ela ter matado aula comigo na semana passada.

Enfim, tenho uma bela manhã de fevereiro pela frente e estou meio "Quem precisa de álgebra?". E daí se eu tinha que estar dando um gás nas notas antes de me formar, em maio? Não sou desses garotos que já têm tudo planejado para a faculdade desde os 5 anos. Nem sei os prazos de inscrição. Além do mais, não é como se minha educação fosse uma prioridade para meus pais. Eles pararam de tomar conta do meu futuro quando se separaram, e isso foi na Era Pré-Cambriana. Até onde sei, tenho certeza de que uma faculdade pública menor vai me aceitar. E quem disse que preciso de faculdade? Qual é a vantagem?
A beleza está em toda parte. E não é num livro de escola. Nem numa equação. A luz do sol, por exemplo: quente, mas não escaldante. Nem parece inverno. Aliás, igual a janeiro e dezembro. Foi impressionante — este inverno não deve ter tido mais do que uma semana de frio. Cara, esse negócio de aquecimento global é sério. Tipo o verão passado. O verão passado foi peso-pesado. Estou falando de um calor de fritar ovo no asfalto. É como a Cassidy sempre diz: aquecimento global não é para os fracos.

Mas, com esse sol de fevereiro, a luz fica completamente pura e torna as cores do céu, dos galhos nas árvores e dos tijolos das casas de subúrbio tão nítidas que só de olhar é como inspirar ar fresco. As cores entram no seu pulmão, na sua corrente sanguínea. Você é as cores.
Prefiro meu uísque com refrigerante, então encosto o carro numa loja de conveniência para comprar uma garrafa de 7UP daquelas de 2 litros, e nisso vejo um garoto de pé na frente de um orelhão. Um garoto mesmo, uns 6 anos talvez — só de moletom e calça jeans e todo descabelado. Não é um desses meninos arrumadinhos, com roupa de marca e cabelo de artista de TV, como se fossem um gigolô em miniatura. Claro que não teriam a menor ideia do que fazer com uma garota nem se ela viesse numa caixa com instruções na tampa como o Operando ou o Banco Imobiliário, mas eles têm que manter a pose.
De cara, viro para ele e digo:
— Ei, cara, você não tinha que estar no colégio ou algo assim? E ele responde:
— Me dá 1dólar?
—Pra que você precisa de 1 dólar, rapazinho?
— Pra comprar um chocolate pro café da manhã.
E é isso que me chama a atenção. Só uma barra de chocolate para o café da manhã? Meu coração fica todo mole pelo garoto. Ofereço pagar um burrito, e ele topa, desde que também ganhe um chocolate. Quando saímos da loja, dou uma olhada ao redor para avaliar o trânsito com que esse menino vai ter de lidar. Estamos logo ao sul de Oklahoma City — em tese, já é uma cidade completamente diferente, mas do jeito que elas crescem, não dá para saber onde começa uma e onde termina a outra —, então tem muito carro por aqui.

— Olha — falo com ele, que está deixando o ovo pingar no chão. — Esse cruzamento é muito movimentado. O que você acha de pegar uma carona comigo? Assim você não vai ser atropelado por um caminhão e ficar achatado feito um esquilo.

Ele me encara, me avaliando do mesmo jeito que um esquilo talvez fizesse, e decide se entocar de novo. Mas sou um cara que transmite confiança. Também não tenho estilo definido — estou só de calça jeans, tênis velhos e uma camiseta de manga comprida com um Ole! estampado na frente. Meu cabelo castanho é curto demais para precisar ser penteado, e tenho uma brecha entre os dentes da frente que me dão um ar simpático e de bom coração, ou pelo menos é o que dizem. A questão é que não boto medo em ninguém.
Então o garoto resolve arriscar e senta no banco do carona do meu Mitsubishi Lancer. Tenho o carro há um ano, mais ou menos — é prateado com o interior todo em preto, não é novo nem nada, mas é o máximo de um jeito bem básico.

— Meu nome é Sutter Keely — digo a ele. — E o seu?
— Walter — responde ele, com a boca cheia.
Walter. Isso é bom. Nunca conheci um menino chamado Walter. Parece nome de velho, mas acho que você tem que começar em algum lugar.
— Preste atenção, Walter, a primeira coisa que quero que você saiba é que não devia pegar carona com estranhos.
— Eu sei. A Sra. Peckinpaugh ensinou isso quando falou de Estranhos e Perigos.
— Que bom. Tenha isso em mente no futuro.
— É, mas como você sabe quem é estranho?

E isso me deixa sem ação. Como você sabe quem é estranho? Senhoras e senhores, essa é a cabeça de uma criança. Ele não entende que as pessoas podem ser perigosas só porque você ainda não as conhece. Provavelmente tem um monte de imagens sinistras de como um estranho deve ser: chapéu preto e torto, casacão comprido, cicatriz no rosto, unhas longas, dentes afiados. Mas, se você parar para pensar, aos 6 anos nem se conhece tanta gente assim. Deve ser desconcertante ter que suspeitar de 99 por cento da população.
Começo a explicar a ele sobre os estranhos, mas sua capacidade de concentração não é tão boa assim, e ele se distrai me observando colocar uísque na garrafa de 7UP.
— O que é isso? — pergunta.
Respondo que é Seagram's V.O., e então ele quer saber por que estou colocando isso no meu refrigerante.
Olho para ele, e seus olhos grandes e redondos parecem realmente interessados. Ele quer mesmo saber. O que posso fazer? Mentir?

Então explico:
— Bem, porque gosto. É suave. Tem um sabor meio defumado. Costumava beber os bourbons do sul do país. Jim Beam, Jack Daniel's. Mas eles são muito pesados se o que você quer é uma onda tranquila, sem pressa e que dure o dia todo. E, em minha opinião, as pessoas notam no seu hálito com mais facilidade. Cheguei a experimentar o Southern Comfort, mas é doce demais. Não, agora meu lance são os uísques canadenses. Embora eu seja famoso por preparar um martíni excelente.
— O que é um martino? — insiste ele, e resolvo que é hora de encerrar as perguntas, antes que passe a manhã inteira dando aula de bartender para o moleque. É um bom garoto, mas minha namorada está me esperando, e ela não é das pessoas mais pacientes do mundo.
— Olha, não estou com muito tempo. Pra onde você está indo?
Ele coloca o último pedaço de burrito na boca, mastiga e anuncia:
— Flórida.
Não sei as distâncias de cabeça, mas estamos em Oklahoma, então a Flórida fica a uns bons cinco estados, no mínimo. Falo isso para ele, e ele me pede para deixá-lo na saída da cidade, que ele faz o resto sozinho. E está falando sério.
— Estou fugindo de casa — confessa.

Ah, esse garoto só melhora. Fugindo para a Flórida! Dou um gole no uísque com refrigerante e visualizo exatamente o que ele deve ter em mente: um sol enorme e laranja mergulhando no mar mais azul que você já viu, com palmeiras se curvando à sua grandiosidade.
— Olha, Walter. Posso perguntar por que você está fugindo de casa?
Ele fita o painel do carro.
— Porque minha mãe fez meu pai sair de casa, e agora ele está na Flórida.
— Ah, que droga. Sinto muito, cara. Aconteceu a mesma coisa comigo quando era garoto.
— E o que você fez?
— Fiquei puto, acho. Minha mãe não me dizia para onde meu pai tinha se mudado. Não fugi de casa, mas acho que foi mais ou menos na época em que taquei fogo na árvore do quintal. Não me lembro bem por quê. Mas foi uma visão e tanto.
Isso o deixou empolgado.
— Sério, você tacou fogo numa árvore inteira?
— Não vai inventar de me imitar. Você pode se encrencar feio se fizer uma coisa dessas. E você não iria querer deixar os bombeiros com raiva de você, não é?
— Não.
— Então, sobre esse negócio de fugir de casa, entendo perfeitamente. Você iria poder ver seu pai e ainda ter um monte de aventuras e tudo o mais. Nadar no mar. Mas pra falar a verdade, não acho que seja uma boa ideia. A Flórida é muito longe. Se você tentar ir a pé, não vai encontrar uma loja de conveniência em cada esquina. E aí, onde iria arrumar comida?
— Posso caçar.
— É verdade. Você tem uma arma?
— Não.
— Uma faca, um pedaço de pau, um anzol talvez?
— Tenho um taco de beisebol, mas está lá em casa.
— Pois então, você não está preparado. Talvez devesse voltar e pegar o taco de beisebol.
— Mas minha mãe está em casa. Ela acha que estou no colégio.
— Não tem problema. Eu falo com ela. Vou explicar tudo.
— Sério?
— Claro.